segunda-feira, 8 de agosto de 2011

São Só Palavras...

Eu buscava os cantos mais escuros da minha vida à procura dela. Eu escolhia a dedo, uma por uma, sem pensar, todas as que passavam pela minha vida. Achava que algo podia ser um trecho dela, uma vontade, algo novo. Quem sabe uma verdade ainda verde, esperando alguém dar valor para amadurecer e cair do pé?



Elas vinham, e vão até hoje, com os olhos pregados no horizonte pensando em como fui incrédulo com elas, em como as tratei e as rejeitei... Mas nada era tão significativo, nada era absoluto. Que posso fazer? A vida não é bem a minha, tampouco o sentimento era delas! Eu gritava quando elas iam embora do meu peito, que renunciava, ardendo, ao amor que eu jamais sentira. Como sair dessa encruzilhada misteriosa do amor? Como largar o sentimento no peito e deixá-lo explodir, marejado de infintas contas de paixão, enquanto elas voam da minha ilusão e cismam em deixar a porta aberta para que outras entrem? Eu mal teço a sensação, e elas caem sobre mim, como moscas afoitas.



Como compor essa música, se as notas nunca são as mesmas? Porque não a encontro? Porque me deixou cedo, quando, num aturdido encontro de corações, eu a deixei parada no ar, como um balão de festa murcho que nignuém quer mais, mas que ainda segura seu último fôlego para subir? Quando eu fui tão ignóbil ao seu respeito?



E elas continuam a chegar. Elas passam na minha vida. Elas entram e saem. Todos se admiram. E eu que fico. Sozinho. Um só, sem a lembrança delas. Ou do que elas parecem.



Mas aquela, eu jamais tive de volta.