Como poeta eu simplesmente queria
Uma doença dessas que são de poesia
Onde a dor me consumisse de forma histérica
E marcasse assim meu nome de forma épica
Eu só quero um soneto, um lugar pra morrer
As palavras como cama a abrigar meu ser
Versos cantando no meu singelo velório
Sílabas carregando meu caixão ilusório
Um padre em melodia harmonizando meu dó
Um ardor em haikai a transformar-me em pó
E a poetagem falada, irreconhecível
Seria, enfim uma poetagem ritmada
Minhas cinzas espalhadas de um dirigível
Enquanto minha alma seguia mal-amada...