Nas cascatas de madeixas suas
Celebrando o bom vento a soprar
Quando tudo mais me falta o ar
Enquanto a chuva desce as costas nuas
E o pranto já seco a enxugar
Quando toda a vida de faz em presentes
A ausência do tempo entre céu e mar
Que nos desenlaça lentamente.
Feras dos sonhos que assolam o choro
E desfalecem a alma como por encanto
Trazem de você o púlpito de serafins em coro
Quando ainda se faz amor por tanto
E em minha busca por alma já lavada
Que tanto toca minhas brumas tão reais
É névoa densa dessa minha jornada
Passeando por todos os seus portais
Como se da água desta sua morada
Eu não deixasse de beber, jamais.