sexta-feira, 22 de março de 2019

Devoro-te

Eu quero decifrar suas curvas
Com a sagacidade de uma esfinge
Cujas palavras lhe deixariam turva
Tal qual meu toque que lhe aflige

Eu quero decorar seus lábios
E meditar sobre suas madeixas
Como o mais tolo dos sábios
Ao refletir sobre o amor de uma gueixa

Eu queria transcrever suas coxas
Em manuscritos da sua flor
Que mesmo em face a todo o amor
Declama meu corpo em folhas frouxas

Eu seria orador das suas costas
E discursaria sobre seus seios
Me fartando como em mesa posta
Do mais sublime dos teus anseios.