sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

O Primeiro Canto

Que hora do canto da primeira ave
Traga toques suaves em um corpo de cetim
Dedos ágeis que desejem que um mapa se desbrave
Em mordidas suaves em um pescoço de jasmim

Que seja o canto leve no olhar e nos lábios
De quem deseja a sorte deste cantar rouco
Ao pé do ouvido, sem dizeres sábios
Onde mora o ninho de um amor louco

Que seja longo, forte e gemido em flor
Que seja um canto a dois, colados em prazer
De um pio que desdobre cada nota de amor
E profundo seja o que desperta o ser