segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Loucura Sublime

Teu mal é a beleza que carregas contigo
E esse olhar que me mata, me torna inimigo

Todo esse sorriso que destrói meu ser
E esse calor que nunca me deixa esquecer

Eu busco tua dor em cada viela
E sinto tuas lágrimas na chuva à janela
Como louco busco  tua boca no ar
Em cada retrato só enxergo o teu olhar

E vou me desfazendo em pedaços
Em cantos alegóricos, desavenças,
Tropeçando em meus sujos cadarços
Enquanto faço de ti minhas próprias crenças

Enlouquecendo na querência da minha fome
Deitado na inocência do ardor do teu nome
Como que um misto de mistério e ternura
Que some nos teus lábios da forma mais pura

Enquanto canto, danço no teu passo
Perco meu ritmo em teu coração de aço
Sem sorriso, corpo liso, como o vento
Que sai da tua boca e encontra meu alento

Eu sigo fruto da minha loucura sublime
E em tua valsa hei de provocar um crime
Ao derrubar o vinho e manchar teu decote
Te fazer corar ao renegar teu dote

Pois é só o calor que tanto esmero
Desse que invade meu corpo pelo teu
Como se minh'alma começasse do zero
E buscasse em ti o meu próprio eu...