quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Lua

Enquanto sou chama que ama e arde
No frio da cama entre nós, verdade
Diante de olhares de uma lua nova
Quando cheia desagrada verso e prosa
Dissonante o sabor da brisa que sabe
A dor de cada ferida que não mais me cabe
Como dente de leão que floresce ao morrer
No coração do poeta que deságua o alvorecer
Longe das águas quentes do regaço em sabor
Que não sente sua sofrida paixão em dor
E ao deixar que a brisa esmoreça em tristeza
É da lua, antes que esqueça, a falta e beleza
Quando o poeta, solitário, se perde em pranto
E não é páreo para a lua em seu silencioso encanto
Ele assim desaparece como névoa em ilusão
E a Lua se cobre novamente em sua solidão