quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

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Eu busco algo que não existe neste mundo.

Tenho quase certeza de que sou areia no meio do deserto. Quase não tenho existência, inerte, insípido, como se fosse invisível. As pessoas não vêem minhas necessidades, não enxergam meu talento ou minha forma de escrever.

Pra que poesia se ninguém lê?

Eu queria era estar em outra parte do mundo. Sei lá, talvez um lugar onde as pessoas fossem cultas, onde reconhecessem meu valor. Isso não existe. As pessoas não querem cultura. Por isso a banalidade nas minhas poesias.

Eu queria morrer uma vez pra ver como é. Infelizmente, isso implica em não voltar mais à vida que tanto quero consertar. Maldita chance única. Maldita hora em que nasci. É como se Deus resolvesse que eu tenho que sofrer na média. "Em vez de pobreza e sofrimento total, vou dar a ti tudo o que qualquer pessoa comum precisa. Isto não inclui tua pessoa", Ele deve ter dito em alguma parte da minha Criação. E os anjos aplaudiram - malditos puxa-sacos de penacho, fingindo que são superiores. Ao menos, meu anjo da guarda trabalha.

Eu queria ser ruim com as pessoas, sabe? Aquele que mataria mesmo, por prazer. Mas eu não sou. Se tem uma velhinha pra atravessar a rua, eu ajudo. Se alguém me importuna pedindo dinheiro, eu dou. Eu não brigo com o banco na justiça, ou por algum produto que comprei e que estava com defeito. Não, não: eu sempre acho que as pessoas não têm culpa.

Sinceramente, estou cansado deste perfil.

Acho que vou foder o mundo só uma vezinha pra ver o que Deus fará desta vez...