quarta-feira, 5 de maio de 2021

Riscos de Giz

Riscos de giz na calçada
Semeia a chuva, borrões turvos de nada
Olhares atentos ao que a tristeza não quis
Como riscos de giz
Na calçada

Trêmula é a mão que acolhe o luto
Que escolhe o jeito mais bruto de negar o perdão
Solos sedentos, perdidos por um triz
Como riscos de giz
No coração

E sigo à risca aquilo que ditava
Os lábios perdidos que o choro não salva
Berço atrevido de linhas em coro por um triz
Como riscos de giz
Que a chuva lava